Nos ultimos anos tem-se verificado um grande progresso na electrónica digital que foi impulsionado, sobretudo, com o aparecimento de circuitos integrados de lógica programável, nomeadamente as FPGAs (Field Programmable Gate Arrays). Este tipo de circuitos integrados permitem a substituição de quase toda a electrónica digital por um chip que pode ser programado para executar os blocos lógicos pretendidos. Mais, as FPGAs permitem de uma forma rápida efectuar alterações à logica do sistema, bastando para tal reprogramá-la.

O firmware das FPGAs é construido utilizando linguagens que permitem implementar blocos lógicos e definir as suas interligações - linguagens HDL (Hardware Description Language). Este tipo de linguagens evoluiram de linguagens de baixo nível, em que se implementavam portas lógicas e suas ligações, para linguagens de alto nível, permitindo a programação através de grandes blocos lógicos ou através da especificação da funcionalidade pretendida. Correntemente, as duas linguagens mais utilizadas são o Verilog HDL e VHDL e permitem diversos níveis de abstracção.

As FPGAs têm evoluido quer a nível de capacidade (número de portas lógicas, bancos de memória, etc.) quer ao nível do desempenho (frequências de funcionamento). Encontram-se agora disponíveis FPGAs com capacidade suficiente e frequências de relágio da ordem das centenas de MHz que tornam possível a sua aplicação em diversas áreas da física. Tipicamente são aplicadas em conjunto com conversores de sinais analógico-digital por forma a instrumentar diversos detectores. O e-CRLab do LIP desenvolve a sua actividade neste domínio desenvolvendo "firmware" para diversos detectores.

A cadeira de Projecto e Controlo em Lógica Digital (PCLD) surge no contexto das actividades do LIP, pretendendo-se transmitir os conhecimentos adquiridos nas actividades de investigação para alunos quer de mestrado, quer de doutoramento.