Resumo

Os estados finais com fotões originados nas colisões electrão-positrão são estudados em duas perspectivas complementares: uma análise da radiação de travagem da Electrodinâmica Quântica e uma análise de possíveis acoplamentos anómalos entre o bosão de Higgs e fotões; usando os dados recolhidos pelo detector DELPHI correspondentes a uma energia de centro de massa de 183 GeV.

A radiação de travagem da Electrodinâmica Quântica é analisada na produção de pares $q\bar{q}$. É feito um primeiro estudo das previsões obtidas com três geradores diferentes de acontecimentos Monte Carlo e os dados reais são depois comparados com estas previsões. Conclui-se que a secção eficaz observada para a produção de $q\bar{q}(\gamma)$ é superior às previsões do Monte Carlo para o processo do Modelo Padrão e que o excesso observado se deve a acontecimentos com fotões energéticos emitidos colinearmente ao feixe.

Os acontecimentos seleccionados são, depois, utilizados para determinar a eficiência para a separação entre electrões e fotões na região de muito baixos ângulos polares de DELPHI.

A existência de acoplamentos anómalos entre o bosão de Higgs e os bosões mediadores das interacções electrofracas é analisada no quadro de uma extensão do sector electrofraco do Modelo Padrão, que assume um dobleto de Higgs, invariância de padrão e conservação de CP. Esta análise requere novos cálculos para a largura do bosão de Higgs, que são feitos para um intervalo de massas do bosão de Higgs entre 60 GeV e 200 GeV. Não é observado nenhum sinal da existência de um bosão de Higgs com acoplamentos anómalos aos bosões mediadores e são determinados limites aos valores mínimos destes acoplamentos em função da massa do bosão de Higgs, assumindo vários cenários para as relações entre os diversos parâmetros do modelo.

Palavras chave: fotão, Electrodinâmica Quântica, radiação de travagem, separação electrão - fotão, bosão de Higgs, acoplamentos anómalos