Estudante do LIP é um dos vencedores do Prémio UMinho de Iniciação na Investigação Científica 2025
"Imagens de satélite, algoritmos e curiosidade científica: o projeto de Diogo Rodrigues no LIP em colaboração com a DGT melhora a fiabilidade dos mapas do território."

Sete minutos para explicar a ideia e cinco para a defender. Assim apresentou Diogo Rodrigues o seu projeto, que usa imagens de satélite de alta resolução e aprendizagem automática para gerar mapas fiáveis de ocupação do solo.
Desenvolvido no LIP Lisboa, sob orientação de Inês Ochoa (LIP Lisboa) e com a colaboração de Guilherme Pereira (LIP Coimbra) e Gonçalo Barradas (LIP Lisboa), o projeto decorre em articulação com a Direção-Geral do Território (DGT) e resulta numa ferramenta útil para quem decide no território, do planeamento urbano à proteção civil.

“O Diogo teve oportunidade de se envolver em todas as fases: preparação e validação de dados, treino e afinação do modelo. Tudo tarefas nas quais demonstrou sempre vontade de aprender e muita dedicação”, sublinha Inês Ochoa, orientadora do projeto.
Entre 28 projetos, distribuídos por três painéis, Diogo destacou-se com uma proposta sólida e aplicada. “Sempre tive interesse por informática, sobretudo por machine learning e digitalização. Já tinha algumas bases, mas neste projeto tive de aprender muita coisa, incluindo Python e machine learning ‘a sério’”, conta.
Para treinar o algoritmo, a equipa começou pelo que é mais difícil de ver: zonas urbanas densas, nós de autoestrada e frentes de cais. A estratégia passou por trabalhar primeiro em áreas específicas de alta resolução e só depois generalizar para todo o território. “Em baixa resolução, uma cidade era uma ‘borra’ vermelha onde nada se distinguia, não se viam árvores nem estradas”, explica. Focado nesses casos, o treino foi afinado até que padrões antes indistintos passassem a aparecer. “Nas zonas rurais, inicialmente o modelo via tudo como uma única classe. Agora vemos ruas, árvores e água com muito mais detalhe”, resume.
O projeto foi, acima de tudo, uma oportunidade de crescimento: “O maior desafio que encontrei foi realmente descobrir coisas novas, porque vinha de uma licenciatura em que o foco não era esse. Mas acho que com vontade tudo se aprende e não foi difícil, basta querer. Foi um desafio aprender todos estes novos conceitos e aplicá-los logo diretamente na prática.”
Para Diogo, a candidatura ao prémio foi importante para perceber como condensar um trabalho técnico em linguagem clara e ajustar a mensagem a públicos diferentes. “Foi bastante positivo. Aprendi a apresentar para público geral e técnico, e a diferença entre fazê-lo numa sala de aula e num ambiente mais formal”, diz.
O Prémio UMinho de Iniciação na Investigação Científica aproxima estudantes do 1.º ciclo de contextos reais de investigação, integrando-os em equipas que criam conhecimento novo e relevante e incentivando uma progressão consciente para estudos avançados. O prémio inclui um certificado e um cheque de 500 euros.
A RUM – Rádio Universitária do Minho acompanhou a sessão e conversou com Diogo Rodrigues sobre o projeto e a experiência de participar no prémio.
[Ver vídeo ] · Ouvir a entrevista completa
