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40 anos da adesão de Portugal ao CERN: uma aliança que transformou a ciência portuguesa

Lígia Breda Melo | 16 Outubro, 2025

"Portugal celebra 40 anos como Estado-Membro do CERN - uma parceria que impulsionou a ciência, a inovação e a cooperação internacional."


A 26 de abril de 1985, Portugal assinou o Acordo de Adesão ao CERN - Organização Europeia para a Investigação Nuclear, dando início a um processo que culminaria, a 16 de outubro do mesmo ano, com a assinatura da Carta de Adesão à Convenção do CERN pelo Presidente da República, António Ramalho Eanes, e pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Jaime Gama.
A adesão entrou oficialmente em vigor a 11 de janeiro de 1986, com o hastear da bandeira portuguesa no laboratório de Genebra - o momento simbólico da entrada de Portugal como Estado-Membro do CERN.
 

26 Abril 1985 | Assinatura do Acordo de Adesão de Portugal ao CERN como Estado membro, pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros português (Jaime Gama), e pelo Diretor-Geral do CERN (Herwig Schopper). Sentados, da esquerda para a direita, W. Kummer (Presidente do Conselho do CERN), Jaime Gama (Presidente do Conselho do CERN), Herwig Schopper. De pé, da esquerda para a direita, Castro Brandão, Pinto Lemos, Favila Vieira, José Mariano Gago e Jean-Marie Dufour (Diretor dos Serviços Jurídicos do CERN).
 


16 de Outubro de 1985 | Carta de adesão de Portugal à Convenção CERN, assinada pelo Presidente da República Portuguesa, António Ramalho Eanes, e rubricada pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Jaime Gama.


Este passo representou um marco histórico para a ciência e diplomacia científica nacionais, coincidindo simbolicamente com a entrada de Portugal na então Comunidade Europeia. O processo foi liderado por Jaime Gama e contou com o envolvimento decisivo de José Mariano Gago, jovem físico e assessor científico do Ministro da Indústria e Energia, Luís Mira Amaral.
Mais do que um ato político, foi uma declaração de confiança no conhecimento e na cooperação internacional, uma aposta estratégica na modernização científica e tecnológica do país.

Um ano mais tarde, em 1986, foi criado o LIP - Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas, como parceiro nacional do CERN e elo de ligação entre a comunidade científica portuguesa e o laboratório europeu. Desde então, o LIP tem coordenado a participação nacional, reunindo investigadores, engenheiros, estudantes e professores de várias universidades e instituições científicas, e garantindo a presença ativa de Portugal nas grandes experiências internacionais.

Ao longo destas quatro décadas, Portugal tem participado em colaborações científicas de referência como NA38, PS195, DELPHI, COMPASS, ATLAS e CMS, contribuindo para descobertas fundamentais - entre elas, a do bosão de Higgs em 2012 - e para o desenvolvimento de novas tecnologias com impacto direto na sociedade.
Atualmente, Portugal contribui com cerca de 1% do orçamento global do CERN, assegurando o acesso das equipas nacionais a experiências de grande escala como o LHCb, o ALICE e os projetos do futuro LHC de Alta Luminosidade.

Mais de 50 portugueses trabalham hoje de forma permanente no CERN, em áreas tão diversas como engenharia eletrónica, eletrotécnica, física, materiais e química, e centenas de outros investigadores e estudantes já integraram projetos que marcaram o avanço da física de partículas, da instrumentação e da computação científica.

A participação portuguesa no CERN é também um exemplo notável de diplomacia científica, consolidando o papel de Portugal na definição das políticas europeias de ciência e tecnologia e promovendo a cooperação internacional.
Desde o início, a instrumentação desenvolvida pelo LIP foi acompanhada de um forte investimento em computação científica, que colocou Portugal como parceiro de pleno direito em projetos internacionais como o WLCG, a infraestrutura global que processa os dados do LHC, e outros consórcios europeus de ciência de dados.

“Celebrar os 40 anos de Portugal no CERN é reconhecer uma notável trajetória coletiva - o trabalho, a visão e o compromisso de todos os que a tornaram possível - e, ao mesmo tempo, olhar para o futuro. O CERN prepara-se para novos desafios, e o LIP está pronto para continuar a participar ativamente, com a mesma determinação e visão de há quarenta anos.”
— Direção do LIP, outubro de 2025

Em 2025, o LIP assinala este marco com a edição digital comemorativa “40 Anos de Portugal no CERN”, que revisita o percurso nacional no laboratório europeu e destaca o impacto científico, tecnológico e humano desta colaboração.
A brochura digital será disponibilizada brevemente.

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